banner 1145
(Foto: arquivo/Sejuc)

Médica acusada de mandar matar o marido é encontrada morta em presídio de Sergipe

Daniele Barreto havia retornado ao Presídio Feminino poucas horas antes; Polícia Civil investiga o caso

A médica Daniele Barreto, de 47 anos, acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o advogado criminalista José Lael, foi encontrada morta na tarde desta terça-feira (9), no Presídio Feminino (Prefem), em Nossa Senhora do Socorro (SE). A morte ocorreu poucas horas após ela retornar ao sistema prisional, depois de decisão judicial que revogou sua prisão domiciliar.

De acordo com a Secretaria de Estado da Justiça e de Defesa do Consumidor (Sejuc), Daniele foi localizada desacordada em sua cela por volta das 16h20, com um lençol enrolado no pescoço. No momento do ocorrido, ela estava sozinha na cela. Uma equipe de saúde da unidade prestou os primeiros socorros e acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que confirmou o óbito no local.

(Foto: Reprodução/ Redes Sociais)

O Instituto Médico Legal (IML) e o Instituto de Criminalística (IC) foram acionados para realizar a perícia e remover o corpo. A direção do presídio instaurou procedimento administrativo interno para apurar as circunstâncias, enquanto a Polícia Civil será responsável pela investigação criminal.

Retorno recente à prisão

Daniele havia deixado recentemente uma clínica de repouso onde estava internada, na zona sul de Aracaju, após decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou seu retorno ao regime fechado. No mesmo dia, ela passou por audiência de custódia, na qual foi autorizado que continuasse recebendo acompanhamento psiquiátrico durante o cumprimento da pena.

A médica ficou em prisão domiciliar por decisão do ministro Gilmar Mendes, em março deste ano, que considerou denúncias de que ela teria sofrido agressões físicas, sexuais e psicológicas durante o relacionamento, além do impacto emocional da prisão na vida do filho do casal, de 10 anos. No entanto, em agosto, a medida foi revogada, e Daniele precisou voltar ao sistema prisional.

O caso José Lael

O assassinato do advogado José Lael ocorreu em outubro de 2024, em Aracaju, e gerou grande repercussão em Sergipe. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP/SE), o crime foi planejado com antecedência e executado com a ajuda de terceiros.
As investigações apontam que a motivação estaria ligada ao medo de Daniele de um processo de separação, que envolveria disputas patrimoniais e suspeitas de traição.

Próximos passos

Agora, a Polícia Civil investigará se a morte de Daniele foi suicídio ou se houve participação de terceiros. O resultado da perícia do IML será fundamental para esclarecer as circunstâncias.
Enquanto isso, a direção do Presídio Feminino segue acompanhando o caso e reforçou que medidas de segurança interna estão sendo revisadas para evitar novos episódios.

A morte de Daniele reacende o debate sobre segurança em presídios e acompanhamento psicológico de detentos, especialmente em casos de grande repercussão e tensão emocional.

Compartilhe
Leia também