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Foto: Divulgação

Prefeito e vice de Santa Rosa de Lima têm mandatos cassados por abuso de poder econômico

Decisão da Justiça Eleitoral de Sergipe determina inelegibilidade por oito anos após denúncia de irregularidades em evento festivo

Na última quinta-feira (25), o juiz eleitoral substituto da 26ª Zona de Sergipe, Camilo Chianca, determinou a cassação dos diplomas do prefeito de Santa Rosa de Lima, Janilson Alves (União), e da vice-prefeita, Maria Rozângela de Lemos (Cidadania). Além da perda dos cargos, ambos ficaram inelegíveis por oito anos. A decisão atende a uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) que apontou abuso de poder econômico durante a pré-campanha municipal.

De acordo com a denúncia, os gestores promoveram, em 29 de julho de 2024, o evento “São Pedro da Brasília”, onde foram distribuídas gratuitamente cestas básicas, comidas típicas e realizados shows musicais. As ações, segundo a Justiça, tiveram caráter eleitoral e buscaram influenciar a disputa ao associar a festa à imagem dos investigados. O evento também foi amplamente divulgado nas redes sociais, com símbolos e cores vinculados à futura campanha.

Na sentença, o magistrado destacou que fotografias, vídeos e publicações, aliados a depoimentos de testemunhas, comprovaram o abuso de poder econômico. “A organização ostensiva de um evento festivo de grande porte, com distribuição generalizada de bens e serviços de valor considerável, demonstra uma estratégia deliberada de viciar a vontade do eleitorado e violar a paridade de armas”, apontou o juiz.

Apesar das evidências, Camilo Chianca não reconheceu a prática de captação ilícita de sufrágio, já que o evento ocorreu antes do registro oficial das candidaturas. Ainda assim, a decisão considera que a conduta configurou uso irregular e sistemático de recursos com finalidade eleitoral.

A cassação de diplomas e a declaração de inelegibilidade têm efeito imediato, mas os gestores ainda podem recorrer ao Tribunal Regional Eleitoral de Sergipe (TRE-SE) e, posteriormente, ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até a conclusão definitiva do processo, a prefeitura deve ser assumida pelo presidente da Câmara Municipal, garantindo a continuidade da administração local.

O caso reforça a atuação da Justiça Eleitoral no combate a práticas que comprometem a igualdade entre candidatos e buscam influenciar de maneira irregular o resultado das urnas. Em Sergipe, episódios semelhantes já resultaram em cassações anteriores, evidenciando a vigilância sobre abusos em pré-campanhas e campanhas municipais.

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