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Fotos: TerritórioNordeste

Projeto Tamar realiza soltura de filhotes de tartaruga-oliva em Aracaju e reforça alerta sobre preservação marinha

Na Praia do Mosqueiro, equipe do Tamar promove ação de conscientização ambiental; a cada mil filhotes soltos, apenas dois chegam à vida adulta.

Tartarugas rumo ao mar: esperança e desafio na costa sergipana

A equipe do Território Nordeste acompanhou, na tarde chuvosa do último sábado (11), mais um momento simbólico do trabalho de conservação marinha em Sergipe: a soltura de filhotes de tartaruga-oliva na Praia do Mosqueiro, zona Sul de Aracaju. A ação, conduzida por técnicos do Projeto Tamar, integra a temporada de reprodução da espécie mais comum no litoral sergipano e tem como objetivo sensibilizar a população sobre a importância da preservação ambiental.

Durante o período reprodutivo, as solturas são realizadas em diferentes pontos do estado — nas bases de Pirambu e Abaís, e também na praia de Atalaia, em frente ao Oceanário. O evento costuma reunir turistas, moradores e voluntários, que têm a chance de participar ativamente da experiência, acompanhando o trajeto dos pequenos animais até o mar.

“Essas atividades têm um papel essencial na educação ambiental. A participação do público ajuda a despertar o sentimento de pertencimento e de responsabilidade pela conservação das espécies marinhas”, explica um dos técnicos do Projeto Tamar em Aracaju.

Segundo dados da Fundação Projeto Tamar, a taxa de sobrevivência das tartarugas é extremamente baixa: de cada mil filhotes que alcançam o oceano, apenas um ou dois chegam à idade adulta. Entre os principais desafios enfrentados estão os predadores naturais, a poluição marinha e as alterações climáticas que afetam os ecossistemas costeiros.

Criado no início da década de 1980, o Projeto Tamar deu seus primeiros passos em Sergipe com a instalação da base de Pirambu, em 1982 — a primeira do país. Hoje, o estado abriga três bases de pesquisa e conservação (Ponta dos Mangues, Pirambu e Abaís) e um Centro de Visitantes, em Aracaju. Juntas, essas unidades monitoram cerca de 150 quilômetros de praias e protegem, a cada temporada, quase 8 mil desovas e aproximadamente 600 mil filhotes.

Das cinco espécies de tartarugas marinhas registradas no Brasil, cerca de 80% dos ninhos monitorados em Sergipe pertencem à tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea), a menor entre as espécies marinhas do país.

Preservar é garantir o futuro

Com mais de quatro décadas de atuação, o Projeto Tamar segue como referência mundial em conservação marinha. Em Sergipe, as solturas de filhotes seguem acontecendo até o fim da temporada, entre os meses de setembro e março. Para os técnicos e ambientalistas, cada filhote que alcança o mar representa não apenas um ato de sobrevivência, mas também um gesto de esperança em defesa da vida nos oceanos.

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