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Obrigada a retirar das redes sociais acusações sem provas, Candisse tenta transformar decisão judicial em narrativa de silenciamento

Ex-candidata a prefeita diz estar sendo “calada”, mas decisão da Justiça aponta ausência de documentos que sustentem suas acusações contra a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa. Multa pode chegar a R$ 100 mil.

A ex-candidata a prefeita Candisse Carvalho cumpriu na tarde de ontem (2) a determinação da Justiça e retirou de suas redes sociais as publicações em que fazia acusações sem comprovação contra a prefeita de Aracaju, Emília Corrêa. A ordem judicial, que exigiu remoção em até 24 horas, também proibiu a veiculação de novos conteúdos que atribuam crimes à gestora sem amparo documental, sob pena de multa diária de R$ 10 mil, limitada a R$ 100 mil.

Apesar do caráter objetivo da decisão — fundamentada na ausência de provas que sustentassem imputações graves — Candisse publicou um vídeo no Instagram em que tenta transformar a medida em um caso de silenciamento político e de gênero. No discurso, ela questiona se estaria sendo calada por homens e por mulheres no poder, tentando deslocar o centro da decisão para o campo emocional e simbólico.

Reprodução do Instagram

A narrativa, porém, contrasta com o conteúdo jurídico do processo. O magistrado não proibiu críticas à administração municipal nem manifestações políticas, mas enfatizou que imputações criminais exigem comprovação mínima, justamente porque extrapolam a liberdade de expressão e podem configurar ilícitos. Trata-se de uma tutela inibitória, instrumento legal usado para impedir que condutas potencialmente danosas continuem ocorrendo antes do julgamento final.

Ao afirmar que “vários homens” também criticaram a prefeita e não enfrentaram processos, Candisse sugere seletividade, mas omite que a ação não se refere a críticas administrativas, e sim a acusações específicas que careciam de lastro probatório. O tema central da decisão permanece: o Judiciário exige provas, não retórica.

Mesmo após cumprir a medida, ela insiste em reforçar sua narrativa de resistência, declarando que “não vai se calar” e que apresentará nos autos os documentos que afirma possuir. Esses elementos, caso existam, ainda não foram apresentados ao processo — e sua entrega será determinante para o avanço da ação.

No fim, a disputa deixa claro que o embate não é entre voz e silêncio, mas entre discurso e responsabilidade jurídica. E, por ora, foi essa segunda que prevaleceu.

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